Como organizar uma feira de troca de livros e gibis

14.12.13


Relato da pedagoga Jacqueline Carteri da página Capitu Lê:

Trabalho com leitura há treze anos e acredito no seu poder formador e transformador. Ao longo desses anos pude trabalhar com vários projetos de mediação e incentivo, a fim de aproximar o livro do leitor de forma agradável. Muitos deram certo, outros nem tanto. Muitos conceitos mudaram e foram aprimorados, entre eles a questão dos livros livres, da facilidade do acesso, da não-burocracia. A importância do acesso facilitado é fundamental para que o hábito da leitura seja desenvolvido. O livro tem que deixar de ser visto como "para poucos" e tornar-se parte do cotidiano das pessoas, tornando-se "para todos".

Pensando nisso há um tempo atrás implantamos no nosso município Araucária, a feira de trocas de livros e gibis, com o intuito de renovar o acervo pessoal das pessoas que gostam de ler, mas que gostam também de possuir livros e gibis. Assim teriam sempre novas leituras, as quais poderiam ser feitas a seu tempo sem a necessidade da devolução ou do cuidado.
No caso essa iniciativas foram da instituição governamental onde trabalho, mas também poderia ser feita por qualquer pessoa ou instituição que tenha um acervo mínimo e deseje renová-lo.

Jacqueline Carteri e as crianças na tenda de troca de livros na 16ª Feira do Livro e 1º Festival Literário de Araucária. Foto: Geovane Fagundes e Patrícia Fagundes

Com várias doações que recebemos constantemente na biblioteca pública, conseguimos selecionar um acervo interessante, variado, apenas de literatura e alguns gibis. Montamos uma tenda na praça principal da cidade, fizemos uma divulgação prévia, e a reação das pessoas foi muito legal. Alguns paravam apenas por curiosidade, outros para parabenizar a ação, outros iam correndo até suas casas para buscar algum livro para trocar. Resumindo, foi um sucesso. As pessoas pediam mais vezes, ou que permanecesse por mais tempo. Assim a ideia criou corpo e tornou-se um projeto permanente e talvez o que tem maior repercussão junto à comunidade, e entre os demais projetos de leitura de nosso município.

Se você ficou com vontade de promover uma ação do gênero, essas são algumas dicas:

  • O acervo deve ser variado. Livros de literatura brasileira, estrangeira e auto ajuda são básicos.
  • Livros infantis também são bastante procurados e devem fazer parte do acervo inicial.
  • Gibis de todos os tipos são geralmente trocados em maior quantidade e todos devem ter capa.
  • Todo o acervo deve estar em bom estado. O miolo dos livros é importante e deve ser verificado.
  • A troca é feita "um por um", ou seja, livro por livro e gibi por gibi. 
  • Livro técnico e didático não vale, a menos que o objetivo da feira seja específico para a troca desse tipo de material.
  • É muito importante que o local seja divulgado anteriormente ou que seja um local permanente, para que as pessoas se acostumem com a ideia, e tenham tempo de selecionar os seus livros já que o ato do desapego é algo difícil para alguns. 
  • Qualquer instituição ou pessoa pode promover ações desse tipo.
  • Você pode fazer isso na sua escola, no seu condomínio, no seu bairro, com seu grupo de amigos, enfim, o que vale é fazer os livros se movimentarem, circularem e proporcionarem encontros. Pode ser muito divertido, pois dessa forma você estará incentivando a leitura, conhecendo pessoas que também gostam de ler e promovendo o desapego. Vale tentar. 

Conheça os livros da Magnolia Cartonera com mais dicas e sugestões para atividades de incentivo à leitura e partilha de livros




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Artes: Juliano Rocha

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