Biblioteca Indústria do Conhecimento de Açailândia, Maranhão
8.11.13
A Ana Cleide Souza é natural de João Pessoa, formada pela UFPB atua há quase 5 anos na Biblioteca Indústria do Conhecimento do Sesi, na cidade de Açailândia no Maranhão. Quando estava na faculdade Ana já apreciava fazer trabalho voluntário, e desde aquela época busca focar o social em seus projetos. “Venho de uma família forte de pessoas que sempre se preocuparam em olhar o outro de forma solidária”.
A Indústria do Conhecimento é uma biblioteca multimídia, voltada para atender o trabalhador da indústria, dependentes e comunidade. “A comunidade é bem forte e sempre crio programações que envolvem todos os grupos de usuários. Como disse no EBAM (Encontro Latino Americano de Bibliotecários, Arquivistas e Museólogos) em São Luís, os bibliotecários têm que sair das suas mesas e ir pra prática atuar junto a comunidade, ou realizar projetos dentro das bibliotecas universitárias que atendam a comunidade. Nossos currículos não nos ensinam a fomentar a leitura dentro de um sistema prisional, dentro de tribos indígenas, assentamentos, hospitais, embaixo de árvores, nós que devemos ter esse diferencial”.
Ao desbravar terras maranhenses Ana Cleide se profissionalizou: “Amo meu trabalho, amo ser bibliotecária, mas é uma profissão onde não temos tanto reconhecimento. Só que me conformo com os abraços sinceros de leitores que me encontram nas ruas, no supermercado, isso sim não tem preço”.
As unidades das bibliotecas Indústria do Conhecimento do Sesi são centros multimeios, que contém biblioteca, DVDteca, CDteca, gibiteca e internet, onde os usuários têm a oportunidade de ter acesso à informação e conhecimento. Os centros multimídia são estruturados de forma que possam atender as lacunas na promoção do acesso à informação e ao conhecimento, estimulando práticas de leitura e pesquisa.
Indústria do Conhecimento de Açailândia atende trabalhadores e a comunidade
“Dentro da indústria nós temos um planejamento anual para as atividades e montamos um calendário onde destacamos as atividades relacionadas à biblioteca como visitas à escolas, indústrias, temos o 'Dia do Livro' entre outras atividades. Só que além de ser uma bibliotecária, sou antes de mais nada uma bibliocidadã, biblioeducadora, bibliogestorcultural e assim vai.
Tenho um diferencial e levei tempo para acreditar nisso, me preocupo em aplicá-lo e tenho o total apoio do Sesi. Sempre fui solidária, fui voluntária, atuei em trabalhos para a comunidade, tento ser criativa em tudo o que faço, e vejo que esse é o meu trunfo.
Tenho alguns projetos da biblioteca que realizei como o 'Minha mãe é pãe' no Dia das Mães, onde foquei a realidade da nossa sociedade das mulheres chefes de família. O 'Projeto Sensações' foi sobre inclusão, o 'Fashion Day' é um trabalho informativo sobre violência contra a mulher.
A biblioteca participa de ações extras como a semana do excepcional no Dia da Síndrome de Down. Amo ser bibliotecária na prática, atuando cara a cara. Eu tenho um filho especial que se chama Pedro Henrique, deficiente intelectual e meu companheiro de vida, e isso me impulsiona a criar projetos nessa linha, pois enfatizo sempre que a informação está ao nosso alcance. Se já era atuante antes, agora o meu filho me impulsiona a escrever projetos diferentes focando a inclusão”.
A Indústria do Conhecimento também tem a “Biblioteca Itinerante do Trabalhador”, onde um acervo é levado até os trabalhadores, para que eles possam desfrutar da leitura recreativa dentro do seu local de trabalho.“Se eles não podem vir até a biblioteca, levamos a biblioteca até eles”.
Recentemente foi realizado o Outubro Rosa com o projeto “Amigas do Peito: Mulheres que se Tocam”, com uma caminhada realizada dentro da unidade que contou com a participação de mais de 150 alunos da comunidade. Ana conta que continua fazendo trabalho voluntário sempre que pode: "Visito o asilo da cidade quando é possível, vou lá e doo um pouco do meu tempo, conto uma história ou literatura de cordel. Tenho um sonho que pretendo realizar um dia: quero contar uma história dentro de uma tribo indígena ou entre quilombolas”.
O Halloween já é tradição na biblioteca Indústria do Conhecimento de Açailândia, que tem o “Projeto Buuu - Contos Assombrosos com Doçuras e Travessuras”. A data é comemorada de maneira criativa, onde o ambiente típico do Halloween é recriado, contos e lendas urbanas são apresentados aos frequentadores da biblioteca e uma festa à fantasia é feita para os leitores, que aguardam o dia com muita alegria.
Biblioteca enfeitada, crianças caracterizadas, o Halloween foi celebrado com muita alegria na Indústria do Conhecimento de Açailândia
“Focamos o aspecto informativo do Halloween: temos textos belíssimos das nossas atividades de produção textual com a 'Bruxoteca' (biblioteca de textos), desenhos para colorir, leitura de contos assustadores, receitinhas e decoração temática, utilizamos livros do nosso acervo e pesquiso antes coisas criativas. Por exemplo tem uma atividade bem simples que apliquei, distribuo imagens de personagens ou desenhos de itens relacionados ao Halloween, e os leitores que participam criam textos onde tem que aparecer essas imagens. O resultado é sempre maravilhoso! Todos podem ir fantasiados e caso alguém não queira ir a caráter participa da mesma forma, pois nós não excluímos”.
Depois dos contos algumas perguntas são feitas para interação entre os participantes, há um bate-papo sobre os filmes de terror ou personagens que os participantes conhecem, e sobre qual desses personagens eles gostariam de ser por um dia. Conversam sobre personagens de desenhos animados do universo das bruxas, que eles conhecem e se identificam, e dessa forma o Halloween é vivenciado na biblioteca. “Quero esclarecer que no dia 31 de outubro comemora-se o Dia do Saci que é da nossa cultura, então também enfatizo esse personagem na contação, mas temos um projeto chamado 'Folclocriando' onde no mês de agosto exaltamos o folclore brasileiro”.
Indústria do Conhecimento Açailândia
Rua: Alzino Pereira, s/n. Vila Bom Jardim - Açailândia - Maranhão. CEP 65930-000
Horário de funcionamento: de segunda à sexta-feira, das 8h às 18h.
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